SINDICATO DOS EMPREGADOS NO COMÉRCIO DE PORTO NACIONAL

Justiça define que famosa rede de academias terá de pagar indenização cara após episódios de preconceito

Justiça define que famosa rede de academias terá de pagar indenização cara após episódios de preconceito

A famosa rede de academias Smart Fit, que tem presença em Goiás, foi condenada pela Justiça a indenizar uma cliente trans em R$ 40 mil por episódios de transfobia, ocorridos em uma das unidades, em São Paulo.

A situações que resultaram na sentença favorável à mulher foram entre os anos 2018 e 2023, no Cantareira Norte Shopping, na capital paulista.

O Portal Metrópoles repercutiu a situação. Segundo os autos, a ação foi ajuizada pela vítima, na qual foi pedido indenização por danos morais. Ela alega que desde o início sofria constrangimentos na academia.

A cliente defendeu, que já com o nome alterado judicialmente, só teve o nome social incluído no sistema da Smart Fit em 2020, após dois anos como aluna da rede.

De acordo com a defesa e o depoimento de testemunhas, os funcionários da academia “faziam questão de anunciá-la” pelo nome morto – isto é, aquele dado no nascimento, e que não condiz com a identidade de gênero atual.

Dois colaboradores que trabalharam no local disseram em juízo que tentaram alterar o registro da mulher no sistema.

Em ambos os casos, no entanto, a gerente da unidade alegou que “eram regras da própria academia manter no sistema o nome conforme feito no início do plano”.

Segundo a defesa da vítima, a gerente “sempre fez pouco caso das solicitações da autora”, extraiu o portal da ação.

A mulher alegou ainda que tentou cancelar o plano contratado para passar por uma cirurgia, mas foi impedida. Além disso, um treinador teria se recusado a montar o treino dela por discriminação.

Para comprovar o que denunciou, a autora da ação anexou áudios, prints de WhatsApp e e-mails que provam as tentativas, sem sucesso, de alterar o nome no sistema, bem como a recusa do personal em montar o seu treino.

Avaliação das provas

Na decisão, o juiz Fernando Antônio de Lima afirmou que “há prova nos autos que demonstram a discriminação praticada contra uma pessoa transexual”.

No processo, a Smart Fit questionou todas as acusações. Sem sucesso no mérito, conseguiram, apenas, reduzir a indenização de mais de R$ 50 mil para os R$ 40 mil.

O Metrópoles repercutiu que o juiz destacou na decisão que “a população trans no Brasil vive em situação de extrema vulnerabilidade social, econômica e emocional, devido a situações repugnantes de transfobia e discriminação”.

“Simplesmente por ser uma mulher transexual, simplesmente por ser quem ela é – ela perdeu o direito de existir. E existir não é qualquer existir. É o existir com dignidade. É o existir com respeito. É o existir com liberdade”, disse.

Conforme a decisão, a condenação “segue os padrões normativos internacionais seguidos pelo Brasil”, e evita “uma responsabilização internacional do país por violação a direitos humanos”.

Além da indenização, a Smart Fit foi condenada a pagar as despesas processuais e os honorários advocatícios de 20% sobre o valor da condenação.

Cabendo recurso, a reportagem pediu um posicionamento da rede sobre o caso. Em resposta, a Smart Fit informou que não comenta decisões judiciais.

Fonte: Portal6

O post Justiça define que famosa rede de academias terá de pagar indenização cara após episódios de preconceito apareceu primeiro em FETRACOM.